segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Incrível caso de sobrevivência a uma tempestade




Uma competidora de paraglider alemã sobreviveu a uma tormenta de granizo, temperatura de 50 graus negativos e à falta de oxigênio durante uma tempestade que a impulsionou a uma altitude maior que o Monte Everest.
Ewa Wisnierska (foto), 35 anos, vencedora da Copa do Mundo de Paraglider de 2005 foi elevada pelas correntes de ar ascendentes da nuvem de tormenta (updraft) a uma altitude de 32.612 pés (9.940 metros).

O fato ocorreu nas proximidades da cidade de Manilla, estado australiano de Nova Gales do Sul, durante os preparativos para o Décimo World Paragliding Championships a ser realizado na próxima semana. Ewa Wisnierska desmaiou devido à falta de oxigênio e voou inconsciente por cerca de uma hora coberta de gelo após atingir uma altitude que é utilizada por aviões comerciais como o Boeing 747 (Jumbo).

"Sobreviver neste cenário é como vencer na loteria dez vezes seguidas", disse um experimentado competidor de paraglider da Austrália. Wisnierska confessa que a sua experiência sugeriria um destino certo de fatalidade, mas um médico lhe informou que o fato de ter perdido a consciência colaborou para a sua salvação. "No período de inconsciência o ritmo cardíaco e as funções do organismo diminuem e isso salvou minha vida", afirmou a sobrevivente à emissora de rádio australiana ABC.

Um competidor chinês que acabou sugado pelos mesmos movimentos ascedentes de vento da tempestade na região não teve a mesma sorte de Wisnierska. He Zhongpin, 42 anos, foi encontrado a 75 quilômetros de distância de onde partiu. Equipes de resgate disseram que o chinês possivelmente morreu congelado e sufocado. A velocidade com que a alemã ascendeu na atmosfera no updraft da tempestade (gráfico abaixo) foi de 20 metros por segundo, o que acabou registrado por um equipamento eletrônico que levava consigo. "Eu era como uma folha flutuando no ar", contou a alemã à imprensa australiana. Segundo ela, o seu corpo sacudia a todo momento e os raios cortavam o céu. "Sabia que estava no meio de uma nuvem de tempestade e nada podia fazer", afirmou.

Ewa Wisnierska recobrou a consciência cerca de um hora depois ainda no ar, quando estava a cerca de 6.900 metros de altitude. "Minhas luvas estavam congeladas e o paraglider ainda voava sozinho. Só me restava esperar para ver onde o vento iria me levar". A alemã sofreu lesões por todo o corpo do granizo e ainda teve as extremidades do corpo congeladas (frostbite). Apesar de ter voado em meio às pedras de granizo com tamanho de laranjas, o equipamento resistiu. A polícia local informou que a competidora pousou entre Barraba e Niagra, ou seja, a 60 quilômetros do seu ponto de origem. Os competidores tinham sido alertados sobre as condições atmosféricas desde o período da manhã e mesmo assim preferiram correr o risco de voar em situação de tempestade, o que até os pilotos de aviões evitam.


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